Aceitar críticas, uma questão de autoconfiança
O principal motivo para que as críticas afetem negativamente é um problema de insegurança. A falta de autoestima por si só já seria um problema e não um efeito de outras questões.
Diante de uma crítica, é preciso saber relativizar e pensar no que verdadeiramente é possível mudar
Nem todos reagem da mesma forma quando são criticados. Estudiosos são capazes de separar três grupos gerais de comportamento: as pessoas que não aceitam a crítica de forma produtiva e se sentem agredidas (cerca de 70% do total), aqueles que recusam a crítica negando sua pertinência (cerca de 20% do total) e o menos representativo dos grupos, o que reage de forma positiva diante de uma crítica, assimilando-a e refletindo e é necessário uma mudança de atitude (apenas 10% do total).
O principal motivo para que as críticas afetem negativamente, no final das contas, é um problema de insegurança. A falta de autoestima por si só já seria um problema e não um efeito de outras questões. Por isso, um estado de ânimo e mental pouco favorecido acaba provocando uma má imagem pessoal. Quando uma pessoa não está confortável consigo mesma refuta, esconde ou nega as críticas que são feitas pelos demais.
Estratégias para aqueles que não aceitam críticas
Ninguém está imune de passar por um mal momento, tanto na vida pessoal como na profissional, uma fase em que são incapazes de confiar neles mesmos, panorama agravado pelas pressões externas por resultados e determinadas ações desse entorno. Se esse é o seu caso, o primeiro fator a considerar é que o sujeito que faz a crítica não está criticando sua pessoa, mas sim a imagem que tem de você.
Além disso, é preciso entender que todos se equivocam e que o grande valor está em admitir o erro ou reconhecer que existe uma forma melhor de se portar. Ao invés de demonstrar fraqueza, essa capacidade ressalta um poder de reflexão e um desejo de melhorar sempre.
Viver no presente e deixar de lado o passado
Muitos especialistas estão de acordo em dizer que, para lidar melhor com as críticas, não é fundamental voltar ao passado, onde as coisas já não têm solução. O melhor é trabalhar o presente, centrando-se nas dificuldades atuais para manejar determinado tipo de situação. Assim, é possível tratar a atualidade de forma mais eficiente, descobrindo como somos afetados e como afetamos. Buscando uma harmonia nesses processos, a autoestima virá sem grandes problemas.
Saber separar pessoal do trabalho
Quando uma pessoa é capaz de lidar com seus problemas de forma segura e autoconfiante, também sabe separar o mundo pessoal do profissional. E mais: aproveitará seus limites para convertê-los em pontos fortes.
Caso contrário, quando os colegas de trabalho percebem que alguém no grupo recebe as críticas com prepotência, está na defensiva ou inseguro, a reação evidentemente sempre será negativa. E isso não faz mais que piorar o problema da autoconfiança, numa típica situação: “já sabia que meus colegas não me suportam”.
Cada crítica é subjetiva e é preciso considerar que essa vem influenciada por crenças, estados emocionais e pautas de comportamento do sujeito que a faz. Exatamente por isso nunca será totalmente objetiva. Sabendo disso, é preciso saber relativizar e pensar no que verdadeiramente é passível de mudança: aprender a pedir opinião dos demais, saber escutar a opinião dos demais, ser sempre educado, entre outros pontos.
Como fazer as críticas num entorno de baixa autoestima?
Deixar de criticar determinada atitude ou um trabalho mal feito simplesmente porque a pessoa está passando por um momento de falta de confiança em si mesmo e baixa autoestima não deve ser uma solução. A preocupação deve residir em transmitir tais críticas de forma respeitosa, sem rodeios nem condescendência, mas de forma racional e educada.
O protecionismo seria uma forma de agravar as limitações desse sujeito, que confirmaria sua percepção negativa de si mesmo. Isso porque demasiada indulgência é contraproducente, já que tal pessoa, ainda que com um mal comportamento, obtém benefícios. Ela já não encontraria qualquer estímulo para mudar.