“Me separei e ando triste, choro. Será que estou com depressão?” Calma, nem todo sentimento de tristeza significa ter o transtorno. Há uma diferença entre estar deprimido e ter depressão.
Estar deprimido é uma situação considerada normal e à qual estão sujeitas todas as pessoas no decorrer da vida. Geralmente, isso ocorre após alguma perda, separação, frustração, ou seja, um evento estressante. Situações de choro e de tristeza não são descartadas ao enfrentar um luto, passar por um fim de relação ou não alcançar os objetivos planejados na carreira. Então, trata-se de um sintoma externo.
Entretanto, esse "sentir-se deprimido" tem um limite e precisa ser encarado de outra maneira quando começa a afetar o entorno social e pessoal, ou, ainda, quando dura muito tempo. Vale lembrar que essa situação deve ter começo, meio e fim, e não causar prejuízos. Isso quer dizer que a pessoa consegue conviver com essa fase e manter seus compromissos cotidianos.
Atento a sintomas mais graves e duradouros
Mas, e quando essa tristeza não passa nunca e me deixa sem esperança e sem vontade de trabalhar, comer ou fazer planos? Bem, aí o caso deve ser tratado com mais carinho e cuidado, pois pode se tratar de um quadro de depressão.
Antes de mais nada, a pessoa com tais sintomas deve passar por um diagnóstico de um psicólogo especializado em depressão, para ver se há indícios suficientes para a presença do transtorno. Um quadro de depressão pode ser crônico e acarretar diversos prejuízos para a rotina da pessoa.
Geralmente, uma pessoa com depressão dorme e acorda com essa tristeza, além de viver com um sentimento de incapacidade, inutilidade, desesperança e culpa. Também enfrenta problemas graves de autoestima e, em casos mais crônicos, até mesmo busca o suicídio.
Os sintomas podem ser potencializados após um evento estressante. O ambiente que cerca a pessoa é um fator de peso. Alguns especialistas, inclusive, trabalham com um vínculo entre a depressão e agentes orgânicos, como desequilíbrio químico cerebral, causas genéticas ou doenças. A tristeza passa, a depressão persiste.
Depressão como causa de afastamento do trabalho
De acordo com dados do o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), a depressão já está entre as quatro doenças que mais causam afastamento do trabalho no país, com mais de 60 mil casos em 2015.
No entanto, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de casos de pessoas doentes é muito maior e ronda a casa dos 7 milhões de brasileiros. Desse total, estima-se que 850 mil morram todos os anos em função da depressão. Ainda conforme a organização, até 2020 será a doença mais incapacitante do planeta.
O que fazer em caso de depressão?
Por mais crônico que possa ser o quadro de depressão, existe tratamento. Ao buscar o suporte de um psicólogo especializado, é possível construir o histórico da pessoa, isolando as causas e os desencadeadores dos sintomas e, inclusive, derivando o paciente caso seja necessário o acompanhamento psiquiático, para aliar psicoterapia e medicamentos.
Muitos profissionais indicam, ainda, a busca pela automotivação, pois os tratamentos podem ser longos e desgastantes. Entrariam nesse ponto atividades físicas, envolvimento social e outras ações prazerosas.
Como ajudar alguém com a doença?
O apoio familiar e de amigos é considerado de fundamental importância na qualidade de vida de uma pessoa com quadro de depressão. Além de incentivar a busca de ajuda de um profissional de área, família e amigos podem acompanhar o desenvolvimento do processo e checar se todas as recomendações estão sendo seguidas.
Além disso, é muito importante estar presente na vida cotidiana da pessoa, ter paciência e buscar compreender o quadro. Incentivar o doente a sair de casa, a praticar atividades físicas e a envolver-se socialmente também é muito importante.
Se você enfrenta um quadro similar, não tenha medo de pedir ajuda. A depressão tem tratamento e ter uma vida de qualidade é totalmente possível.